sexta-feira, 17 de abril de 2009

Sentidos em Deus..


Parei para pensar em várias coisas. Agarrei num caderno e numa caneta de tampa roída e coloquei-me em postura de discernimento. As ideias corriam de lá para cá, na minha cabeça, sendo incapaz de as travar e passar para o papel. Finalmente compreendi que não havia silêncio interior suficiente para racionalizar tudo aquilo. Deixei-me inundar e não me preocupei em rascunhar nada. E ali estive, perante o olhar de Amor terno de Deus. Ali, eu a gostar dele e Ele a gostar de mim. Num silêncio comovido de quem não compreende as dimensões de Deus mas quer amar de alma inteira. Onde é que Deus está na minha vida? Em tudo, respondem-me os mais sábios. E porquê é que não o agarro? Não sou suficientemente sensível, parece-me... Não sei parar devidamente e colocar-me em posição de escuta. Mas se Deus está em tudo, não preciso de estar sempre de ouvido à escuta. Os olhos também percebem tanto (e tão pouco). Então vou estar de olhos esbugalhados para o mundo e descobri-Lo. Quando penso nos olhos penso inevitavelmente nos cegos. Como é que eles absorverão Deus? O tacto! Só pode ser isso... Vou tocar Deus. Quero tocar Deus. Sem ouvir, sem olhar, só sentindo. Sentindo-O na ponta dos dedos e na alma, onde dizem que se escondem os sentimentos. Outra possibilidade é saborear Deus. Qual será o sabor de Deus? Nas poucas vezes que o percebi na minha vida, sabia a doce. A aconchego, a colo, a casa. A Tua casa. Nem vou divagar sobre o cheiro de Deus porque aí iria perder-me para não mais voltar.. Deus cheira a Amor. E o cheiro do Amor é o que eu quiser, verdade? Em cada um destes cinco sentidos, sou livre para perceber e amar Deus. Faço-o? Não sei... Mas Senhor, quero-Te tanto...


* Ana

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